Nos primórdios dos seiscentos, quando Domingos Fernandes e Cristóvão Diniz deram início a ocupação das terras onde hoje está assentada a cidade de Itu, as águas dos ribeirões Taboão e Brochado e da vertente localizada nas proximidades do antigo convento de São Francisco eram mais que suficientes para saciar as necessidades dos moradores.
Aos poucos, com o aumento da população e a demarcação de terras isolaram com cercas grandes trechos dos ribeirões, despertando reivindicações e reclamações contra os donos dos terrenos que impediam o acesso a água.
A situação piorou quando os franciscanos também cercaram suas terras fechando o acesso à pequena vertente, fonte de água “ fresca e límpida” para os ituanos.
Entre 1770 e 1800 a então Vila de Itu tornou-se a mais prospera da capitania de São Paulo, em decorrência dos negócios da produção de açúcar, e a população aumentou mais ainda. No início dos oitocentos já era crônica da falta de água.
1600: No início a povoação Utu-Guaçu, que ficava nos altos entre os córregos Brochado e Taboão, utilizava de fontes nas proximidades do convento de São Francisco, na praça do Cruzeiro (Praça D. Pedro I), para suprir suas necessidades de água.
1770 à 1800: O padre Antônio Pacheco e Silva, rico e generoso, resolve construir uma canalização de água e bicas. A captação ficava nas imediações da atual Vila Nova. Telhões de barro eram a via em que corria por gravidade alimentando os chafarizes do largo do Carmo e largo da Matriz.
Início de 1800 – A Vila de Itu é a mais próspera da Capitania de São Paulo, em decorrência da produção e dos negócios do açúcar.
1820 – Chafariz do Padre Campos no sobrado herdado do Padre Jose Campos Lara. Chafariz do Brochado: obra do cirurgião Antônio José de Babo Brochado.
1849 – Vereadores registraram problemas no abastecimento de água com a estiagem. Poços secaram. O Chafariz do Padre Campos pinga e custa a encher os potes de barro.
1876 – A Câmara de Vereadores determinou estudos para exploração de novos mananciais que pudessem abastecer a cidade e a construção de três poços públicos: um na saída para Porto Feliz; outro para Salto; e mais um na chácara de Miguel Luís da Silva. Os dois primeiros seriam equipados com bombas d’água.
1877 – Já existia comércio de água com distribuição via carroças. Padre Miguel Corrêa Pacheco, que hoje dá nome à praça Municipal tomou iniciativa de unir a comunidade católica em preces pedindo chuvas.
1885 – O engenheiro Francisco de Paula Souza realiza projetos de captação e distribuição de água.
1888 – Inauguração da caixa d’água. Era um sistema que utilizava o manancial da fazenda da Serra e distribuição através de reservatório na localidade onde hoje é a Associação Atlética Ituana.
Início de 1900 – O engenheiro Francisco de Mesquita Barros desenvolveu um minucioso estudo sobre vários mananciais. Escolhe o manancial Fazenda São José para ampliação do sistema de água e esgoto – concluído em pouco tempo.
1907/1908 – Câmara de Vereadores aprovou a obtenção de um empréstimo para ser investido na expansão e melhoria da primeira rede de água e esgoto do município, que foi enfim concluída no final de 1908.
1910 – Repartição Pública de Águas e Esgotos tinha em seus quadros: um engenheiro chefe, um auxiliar de escritório, um auxiliar geral, um zelador do reservatório de água, um encanador, um zelador de tanques sépticos e respectivos coletores, além de um conservador de caminhos municipais (o atual gari).
1920/1921 – Prefeito Graciano Geribello determina que fosse executada obras no manancial do Córrego Braiaiá, finalizada em 1921.
1927 – Estiagem de 13 meses. Com uma imagem de São Roque, os fiéis saíram em procissão da Igreja de Santa Rita até o Varejão.
1940 – Até 1940, água sem tratamento.
1950 – Com o prefeito Waldomiro Corrêa de Camargo, foram iniciadas as obras da primeira Estação de Tratamento de Água (ETA I).
1957 – Prefeito Galileu Bicudo. Água e Esgoto passaram a ser uma realidade em vários bairros, como: Vila Cleto, Bairro Alto, Jd. Novo Itu, Vila São Francisco e Padre Bento. Com uma bomba bastante potente, a água conseguia atingir até mesmo a altitude da Vila Rica.
1960/1963 – Waldomiro Corrêa de Camargo: ampliação da ETA I
1970 – Itu tem 70 mil habitantes, avanço na distribuição de água, construção de redes locais e coleta de esgoto na cidade. Rancho Grande, São Luiz, Parque Industrial, Vila Gardiman, Vila Ianni e Jd. Padre Bento.
1972 – A Câmara Municipal que promulgou a lei 1441/72, criando enfim o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) na Gestão de Olavo Volpato.
1973 – O SAAE começou efetivamente a funcionar em um prédio na praça Duque de Caxias (largo do quartel), onde hoje existe o Cartório.
1979 – Capacidade de tratamento de 200 litros por segundo.
1983 – SAAE passa a ocupar o prédio da antiga ferrovia, na Praça Gaspar Ricardo.
1990 – No governo de Sérgio Prévide é construída mais uma ETA. Desta vez a estação de tratamento de água do Itaim, com capacidade de 100 litros por segundo.
1992 – Início do projeto de tratamento de esgotos para região do Distrito do Pirapitingui, que foi repassado posteriormente à concessionária CAVO – cujo serviços foram interrompidos judicialmente.
1995 – Cresce a urbanização e o tratamento de água como uma colcha de retalhos. Há oito estações de tratamento de água: Rancho Grande ETA 1, Campos de Santo Antônio ETA 2, Chácaras Flórida ETA 3, Jd Paraíso ETA 4, Santa Inês ETA 5, do Éden ETA 6, Hospital Francisco Arantes ETA 7, Portal ETA 7, Itaim ETA 8, total de capacidade máxima de produção: 600 L/s
1998 – Início da operação da Estação de Tratamento de Esgoto Canjica, da concessionária CAVO-ITU.
2001 – A justiça manda que a ETE Canjica seja operada pelo SAAE.
2005 – Bloqueio judicial das contas do SAAE por não pagamento de compromissos com a concessionária CAVO-ITU.
2005 – A estratégia de centralização do sistema de água é discutida: uma ETA para Itu-sede e uma ETA para o Distrito do Pirapitingui, com a possibilidade futura de integração dos dois sistemas.
2005 – A Câmara Municipal aprova a lei nº 688/2005 autorizando a concessão plena dos sistemas de Água e Esgoto. Auditoria independente afirma que as dívidas do SAAE são de R$ 41,5 milhões, quase 1/3 do orçamento municipal do ano.
2009 – Em Dezembro de 2009 foi liquidada a autarquia SAAE-ITU. Depois do repasse das operações de Água e Esgoto passou a fiscalizar a concessionária. Em 37 anos de atividades, a autarquia teve como presidentes: Olavo Volpato, Laerte Bruni, Ariosvaldo Leis, Alcindo de Moraes, Honorato Dias Arruda, Domingos Guido, Jobair Belato, Sergio Fioravanti, Jesus Perez, Jose Carlos Rodrigues, Oswaldo Sonsini Junior, Adelino Spinardi, Francisco Leite, Paulo Benedetti, Francisco Arruda Fanchini, Carlos D`Ambrósio e Mauricio G. da Silva Dantas.
2013 – Empresa Águas de Itu é multada pela prefeitura por descumprir o cronograma de obras e também pela ausência de um plano preventivo para problemas operacionais.
2015 – Há uma intervenção da Prefeitura, afastando toda diretoria da concessionária devido ao descumprimento de contratos. O Sr. Elso Marques é nomeado como interventor.
2017 – A empresa CIS – Companhia Ituana de Saneamento é inaugurada no dia 02 de Fevereiro, assumindo a responsabilidade do tratamento de água e esgoto do município. Desde então, a cidade de Itu vislumbra a maior frente de obras em saneamento de sua história.